TRAGO [PSEUDO] VERDADES
- Otilia Ribeiro
- 23 de jan. de 2024
- 2 min de leitura

Quando vi as críticas controversas sobre o livro “Que bobagem!”, da Natalia Pasternak e do Carlos Orsi, eu quis lê-lo imediatamente.
O objetivo da obra, segundo os próprios autores, é “plantar no mínimo uma semente de ceticismo” sobre o que chamam de “pseudociências”, referindo-se a temas como psicanálise, astrologia, homeopatia, entre outros, também antroposofia, uma das bases de atuação da nossa consultoria.
Mas... esse texto não é sobre o livro em si. É sobre abrir-se para ouvir pontos de vista divergentes e entender como isso é capaz de apoiar o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.
Por que isso é tão importante (e às vezes difícil) fazer?
Porque na maior parte do tempo a gente só quer ouvir que temos razão e nessa onda de não perceber a diferença entre “conhecer uma coisa” e “acreditar que se conhece uma coisa” nossas interações ficam sujeitas à nossa noção de crença.
Eu gosto muito de um conceito do filósofo americano Charles Sanders Peirce (1839-1914) que descreve a “formação das crenças”. Segundo ele, nossos comportamentos são guiados por um “estado de crença que é calmo e satisfatório”. Por outro lado, existe a “irritação da dúvida” que é uma situação de desconforto. Como resultado, nessa teoria, há uma inclinação das pessoas privilegiarem relações e informações que confirmam seus próprios estados de crença.
Trazendo para o contexto do desenvolvimento humano e organizacional, já deu pra sacar o que se perde com isso, certo? Evitar a “irritação da dúvida” nos direciona mais e mais a um “embolhamento” repleto de vieses e isolamento social. Por isso é tão importante criar espaços de troca e de aprendizagem que promovam a diversidade de ideias e opiniões de forma saudável e respeitosa.
Leia, ouça, veja o que as outras pessoas têm a dizer – principalmente em contraponto ao seu ponto de vista - e a partir daí aplique aquilo que faz sentido para o seu desenvolvimento e o da sua organização.
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